De repente sem ao menos percebermos, este sujeito chamado Alzheimer adentra em nosso lar e nos rouba tudo que tínhamos , sem ao menos nos dar uma chance de defesa.
Não temos mais o que reaver, aliás não temos como reaver o que nos foi levado, ele cruelmente se apossou de nossas vidas , se apossou de nosso ente querido nos deixando impassíveis e impotentes, diante de algo ainda desconhecido.
Não temos pra onde correr, ele não bate na porta, não pede licença, ele se apossa de nossa mente e a partir dali é ele quem comanda. Por mais que peçamos, por mais que falemos, gritamos, é em vão, a mente vai se deteriorando e vamos vendo nosso ente querido partindo na nossa frente.
A cada dia um pouquinho, a mente vai sendo corroída, quem cuida vai se esgotando física, psicologicamente… Por mais que vejamos o outro gritar por socorro, não temos como acudi lo, ele está indo e nós estamos ficando em meio a saudade, em meio a sentimentos de culpas :- por que não fiz isto ou aquilo?
_ Por que tinha que ser desta forma?
– O que está acontecendo?
– Por que não lhe disse que o amava?
Tantos por quês, tantas incógnitas e a cada dia ele se definha e eu me definho com ele, sem, forças, sem rumo, sem saída… Isto, sem saída…
Sem um norte, sem uma solução, sem saber o que fazer com 1 Sujeito chamado Alzheimer que roubou nossa paz, nosso sossego, nossa vida, nosso ente querido…
Esse sujeito que a cada dia nos obriga a nos despedir porque nunca sabemos quando de fato será o óbito que deixará nossas almas flageladas de saudades…
Onde é a porta de saída deste sofrimento diante da incapacidade que nos tornamos?
Cadê o nosso ente querido que todos os dias nos falávamos?
Cadê a nossa família?
Onde é a porta de saída para este sujeito?
Onde é a portas de entrada para que o nosso ente querido permaneça lúcido e curado em nossas vidas?
Perguntas que não cessam, perguntas que não calam respondidas por um vazio imenso chamado: Saudades.
Berna Almeida